ENTREVISTA COM O NOVO TÉCNICO ROBERTO FERNANDES

ENTREVISTA - Roberto Fernandes*
"Eu diria que nem sou durão, nem paizão. Agora, existe grupo que você tem de levar com rédea curta"

Como você se sente chegando para tirar o Fortaleza da zona de rebaixamento?

Com certeza é o desafio mais complicado que já enfrentamos na nossa carreira. Evidente, que a experiência por já termos passado por situações muito parecidas como essa, nos dá uma confiança de realizar um trabalho que pode vir até um sucesso. Eu já vivi essa situação duas vezes no Náutico, na Série A. E na Série B, com o Vila Nova, quando era o penúltimo colocado e tivemos uma arrancada fantástica, onde chegamos em quinto lugar e por um ou dois pontos não conseguimos a classificação. A diferença é o número de jogos.

Sobre reforços. Baseados em que você vai trazer essas contratações?

Em relação a reforços, isso é uma dura realidade. Nós temos de ser muito honesto com o nosso torcedor. É muito mais no que está disponível no mercado, do que nós gostaríamos de ter. Todas as contratações até o momento, nós estamos conversando (com a diretoria) e são jogadores, que aprovamos, mas dentro da necessidade do mercado. Ao longo do dia, nós fizemos 30 contatos, mas não é que nós vamos contratar 30. São jogadores que estão na reserva de times da Série A, e em alguns casos não estão nem no banco, mas não querem vir, porque sabem da situação de que podem entrar no time a qualquer momento.

Qual a avaliação que você faz desse elenco do Fortaleza. Está compatível com a posição do time na Série B?

Eu acho que o que está compatível com a colocação do Fortaleza é o equilíbrio. Porque se você tem 39 gols no Campeonato, você tem o artilheiro da Série B, está entre as quatro times mais ofensivos e você é lanterna. Você não precisa ser treinador para afirmar: é uma equipe desequilibrada. Então, nós vamos tentar buscar esse equilíbrio.

Qual o seu estilo. Você é aquele técnico paizão ou durão?

Eu diria que nem sou durão e nem paizão. Eu diria que o meu estilo vai muito de acordo com a necessidade que existe. Tem grupo que você tem de levar com rédea curta, porque se você soltar ele vai sair do seu comando. E tem grupo que tem o senso do comprometimento e do profissionalismo.

Qual o esquema de jogo que você gosta de utilizar?

Sinceramente, nós não temos nem tempo para trabalho e nem tempo para jogo pra que implante uma filosofia de trabalho. O que nós vamos fazer é procurar minimizar os erros e procurar equilibrar o que é possível para que uma equipe, que tem o quarto melhor ataque possa sair dessa situação.

Qual a sua meta numérica?

Para a gente não ficar maluco, fazendo contas, eu faço a vocês uma pergunta que eu fiz a eles. Quem aqui comeria um bode inteiro. Com certeza todos comeriam, mas desde que seja por parte. Então, não adianta eu ficar pensando em 13 jogos que faltam se eu não vencer o Campinense. É um campeonato de pontos corridos, de regularidade, onde cada jogo tem que ser encarado como uma decisão e, infelizmente, ficou evidenciado, que isso os jogadores não fizeram no campeonato.

Com que você acha que poderá contribuir para melhorar?

Todo elenco tem potencial. Que é encontrado, você subtraindo os problemas que ele enfrenta. Então, eu vou resolver problemas, sejam eles de reestruturação, de criar uma união e fechar o grupo. Ou esse grupo rema na mesma direção ou não tem fórmula mágica".

Como você sentiu o grupo?

Foram dois pontos, a primeira delas é a participação do Cleisson, que até um dia desses era jogador do grupo e agora vai nos auxiliar. Ele poderia até estar jogando, mas a sua aproximação vai ser importante, pois ele fala a linguagem do atleta. Este foi o primeiro ponto positivo. O segundo que descobri é que temos de trabalhar o emocional do grupo.

E se a torcida protestar? Haverá treinos fora da Capital?

Eu falei para o Renan (Vieira) que a concentração que vamos fazer é pensando unicamente na recuperação dos jogadores. A concentração não é para prender jogador. A partir do momento que eu descobrir que terei de prender atleta porque ele está saindo na noite, então ele não terá mais que ficar conosco. E só acredito em protesto da torcida, quando não tivermos mais chances".

Como foi o episódio do Jairo (jogador do Figueirense, que usou um vestido rosa durante um treino)?

Aquilo foi um prenda entre os atletas do grupo. O Roger, que hoje está na Alemanha, era companheiro de quarto do Jairo e comprou uma bata, uma blusa rosa. E no treino de dois toques, o Jairo perdeu, e por isso teve de usar. Eu não tive nada a ver com aquilo. Não foi idéia minha. Foi dos próprios atletas. Punição pra mim só tem uma: é no bolso.

Você utilizou o Wanderley como titular, qual o critério?

Estou tentando montar um time com dois meias e dois atacantes. Estou fazendo isso porque os nossos dois laterais não possuem características de decidirem, caso tenham liberdade. Por isso, vamos com este esquema tático.

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