Analise do elenco Tricolor por PC Norões

A torcida do Fortaleza entrou 2011 com um misto de preocupação e incertezas.

O quadro pintado pelo nova diretoria era o pior possível: um tremendo caos administrativo e financeiro, que prenunciava muita dificultade para atingir os objetivos traçados.

Entrou em campo, então, a política de “pés-no-chão”. O primeiro contratado foi Flávio Araújo, técnico de currículo vitorioso, mas carente de uma afirmação num clube de massa.

Na formação do elenco, primeiro juntou-se a prata da casa, que já vinha há alguns anos agregada aos profissionais com outros saídos recentemente da base.

Dos tetracampeões, foram repatriados Fabiano, Gilmak e Tatú. E coube a José Rocha, o Rochinha, correr atrás de jogadores promissores, mas de baixo valor de mercado. As famosas “apostas”.

Para dar um toque de qualidade, depois de uma longa negociação, foi acertada a permanência de Luciano Henrique, além da contratação do volante Marcos Paulo, ambos de bom currículo.

Um grupo que, se não é excepcional, tem qualidade e potencial de crescimento. O problema é que Flávio Araújo talvez não esperasse tantos desfalques, que terminam por não permitir uma sequência que dê ao time automação.

Para se ter uma idéia, em dez jogos Flávio não conseguiu repetir uma vez, sequer, a mesma escalação. Foram problemas de toda ordem: condicionamento físico, suspensões e contusões.

Embora já dê para se ter uma idéia do time titular, são notórias algumas carências. Cabe aqui, passadas dez rodadas, uma rápida análise de desempenho até aqui.

No gol, não há problema. Fabiano voltou em plena forma e tem sido destaque. Não dá para saber se tem reservas a altura, porque Fábio Lima e Naylson ainda não foram testados.

Gilmak, Menezes, Plínio, Roni Dias e Rodrigo são os zagueiros. Gilmak compensa a pouca técnica com muita raça. Tem seu valor.

Menezes e Plínio também têm qualidade, mas carecem ainda de confiança, entrosamento e definição do esquema – o Fortaleza tem alternado do 4-4-2 para o 3-5-2 – para poderem se afirmar.

Roni Dias e Rodrigo são uma incógnita, mas dificilmente serão zagueiros com potencial para ser titular.

Entre os laterais, Roniery é uma boa surpresa. Fez bons jogos e tem tudo para crescer. Já Felipe Almeida se mostrou inconstante e perdeu a posição.

Do outro lado, talvez o setor mais forte do Leão. Guto é, até aqui, o melhor jogador do Fortaleza. Perdeu a timidez e está jogando um bolão. Já André Luiz, quando entrou não comprometeu.

Vamos aos volantes. Ricardo Baiano e Leandro têm muita raça e são marcadores implacáveis. O ponto fraco é a qualidade do passe. Volante que não tem uma boa saída é um atraso. Só se justifica um deles em campo ao lado de um volante mais técnico.

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Marcos Paulo, em tese, é o cara, mas precisa melhorar muito o condicionamento físico. Ele, em forma, junto com o Régis, talvez seja a solução para a dupla de volantes.

E se melhorar a saída de bola, pode ter certeza de que isso vai se refletir no setor de criação. Bismarck vem jogando muito bem, em que pese algumas recaídas.

Mas tanto ele quanto Luciano Henrique precisam de companhia para trocar passes, criar boas jogadas, etc.
Cleiton tem qualidade e é uma opção de banco.

No ataque, ao meu ver, está a maior carência do elenco tricolor. Centroavante de área só existe um: Léo Andrade. Que começou até bem, fez gols, mas teve o azar de se machucar. Mesmo voltando, é preciso outro com essas características.

Todos os outros tem características de segundo atacante. Vinícius é um garoto, precisa ir entrando aos poucos para ganhar confiança e deslanchar.

Tatú é aquilo que a gente já conhece: faz de vez em quando um golaço mas, tecnicamente, deixa muito a desejar.

Quem promete é Reginaldo Junior. Entre os que estão lá, é titular fácil, fácil. E quero observar melhor Felipe Klein, que teve um bom desempenho no Ferroviário, em 2010.

E tem o Maiquel. Muita correria e nenhuma técnica. Bem, dizem que pelo menos alegra o elenco com suas brincadeiras…

Isto posto, fica claro que o Fortaleza precisa de reforços. No mínimo um zagueiro, um volante e um centroavante. Mas, jogadores de qualidade reconhecida, pra chegar e ganhar a camisa de titular.

Não é garantia para o penta. Mas, certamente dará mais condições para lutar por ele.

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