1920 À 1930

Como vimos anteriormente, o Fortaleza tinha apenas uma conquista nos últimos anos (1918), mas começou a década de forma arrasadora, conquistando sete dos nove primeiros campeonatos cearenses.

O 1º campeonato cearense foi disputado por quatro clubes, a saber; o Fortaleza (campeão), o Guarany (Vice), o Bangu (3º lugar) e o Ceará (1º lanterna de nosso futebol). O termo lanterna, para identificar o último colocado dos campeonatos, surgiu na Volta da França, secular competição de bicicletas, que por durar dias, tinha a noite um homem com uma lanterna a gás acesa atrás do último competidor, para evitar acidentes. O Fortaleza formava com Quinderé, Meton e Riquet; João Gentil, Lucio Bauerfeldt e Petter; Clovis Moura, Artur Oliveira, Humberto Ribeiro, Juracy e Pontes. O 1º artilheiro cearense foi Humberto Ribeiro, do Fortaleza, com 11 gols.

Em 1921, o Fortaleza foi bicampeão cearense, jogando com Peter, Moacir e Riquet; Arnaldo, Bauerfeldt e Djalma Botelho; Clovis Moura, Artur Oliveira, Humberto Ribeiro, Juracy e Clodomir. O artilheiro do certame foi Juracy do Fortaleza com 13 gols.

Em 1922 fomos vice, mas reconquistamos a hegemonia cearense em 1923 numa grande final com a América. A base do time era Peter, Moacir e Caranã; Calixto, Nonato e Turíbio; Pirão, Roque, Arthur Oliveira, Juracy e Clodomir. O artilheiro foi Juracy, com 11 gols.

Em 1924 foi um passeio. Oito jogos, oito vitórias, 30 gols marcados e 11 sofridos. A campanha terminou com uma humilhante goleada no Ceará por seis gols. Juracy foi novamente artilheiro com 12 gols. Neste ano, o Fortaleza alugou para sua sede, uma sala no Edifício Magestic Palace. O time base era Peter, Moacir e Caranã; Calixto Nonato e Turíbio; Pirão, Roque, Arthur Oliveira, Juracy e Clodomir.

Em 1925, um campeonato equilibrado foi decidido somente no jogo extra, quando perdemos por 2x1.

Em 1926 foi um campeonato tranqüilo, decidido duas rodadas antes do final, e marcado por diversas goleadas do tricolor sobre todos os adversários (6x2 no Ceará, 6x1 no Maranguape, 7x1 no vice-campeão Guarany, 9x1 no Cutuba). Mais uma vez o artilheiro foi tricolor, com Antônio Oliveira marcando 11 gols. O time base era Rolinha, Moacir e Correia (Caranã); Zezé, Nonato e Calixto; Xixico, Roque, Arthur Oliveira, Juracy e Pirão.

Mantendo a base do ano anterior, 1927 foi mais um ano tranqüilo para o Fortaleza. Humberto Ribeiro sagrava-se artilheiro com nove gols, e muitas goleadas humilhando os rivais, como 4x0 no Maranguape, 9x2 no Brasil, 7x3 no Guarany, 7x0 no América e um 8x0 no Ceará, no dia 17/07/1927, com gols de Hildebrando (3), Pirão (2), Xixico, Humberto Ribeiro e Juracy. Até hoje é a maior goleada no clássico cearense. O grande adversário foi o Fluminense, único a não perder para o tricolor. O Time base era Rolinha, Moacir e Correia; Hildebrando, Zezé e Calixto; Xixico, Roque, Humberto Ribeiro, Juracy e Pirão.

Em 1928 o Fortaleza alcança seu primeiro tricampeonato. O título foi conquistado de maneira invicta, com sete vitórias e apenas um empate. Na verdade o único adversário foi o Maguary, que empatou uma e perdeu outra para nós (2x2 e 2x0). O Fluminense perdeu de 5x0 a 6x0. O Guarany perdeu de 3x2 e 9x1. Contra o Ceará foi 5x1 e 4x2. O time base era Aderaldo, Correia e Rolinha (foi tri como zagueiro, depois de bi como goleiro); Hildebrando, Caranã e Calixto; Xixico, Pirão, Humberto Ribeiro (novamente artilheiro, agora com 12 gols), Peter e Mário.

1929 marcou a dissolução do departamento de futebol do Fortaleza. O comunicado a ADC foi protocolado no dia seis de agosto, quando o clube liderava a competição. Divergências com a ADC quanto aos julgamentos de protestos foi à causa da decisão. A ADC esperou dois meses pela volta do Fortaleza, não lhe tomando os pontos, mais o Fortaleza não voltou. Os dirigentes e jogadores, como era comum na época, fundaram um novo clube, o Orion, que com espírito tricolor ganhou o campeonato do ano seguinte. O título de 29 caiu no colo do Maguary. Como curiosidade veja a formação do Orion (que na verdade era o Fortaleza, em jogadores e dirigentes) campeão de 1930; Oto, Preto e Orestes; Basílio, Caranã e Santana; Guarany, Jurandir, Zezé, Juracy e Pirão. Zezé foi o artilheiro com 11 gols.

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