1941 À 1950

O campeonato de 41 marca a inauguração do Estádio Municipal Presidente Getúlio Vargas. As arquibancadas eram de madeira e uma cerca separava o público dos atletas. Mas tinha um diferencial. Era o único gramado. Neste ano a ADC (Associação Desportiva Cearense) muda de nome para FCD (Federação Cearense de Desportos). O Fortaleza, depois de campanhas ruins nos anos anteriores, chega ao vice-campeonato.

O campeonato de 42, para o Fortaleza, só durou uma partida. Após vencer o América na estréia, um protesto lhe tirou os pontos conquistados. Como, em situação semelhante, não ocorreu a mesma providência, o Fortaleza abandonou o campeonato, sendo seguido por outros dois clubes, fazendo do campeonato um fracasso para os três restantes. 1942 marca também a última mudança de nome do Fortaleza. Numa onda nacionalista, ocasionada pela guerra, vários clubes retiraram os nomes estrangeiros dos clubes, notadamente quando faziam referência aos países do Eixo (Alemanha (ou Germânia), Itália e Japão). O Fortaleza, apesar de ter nomes ingleses, muda de Fortaleza Sporting Club para Fortaleza Esporte Clube.

Os anos de 43 e 44 foram amplamente dominados pelo clube dos príncipes, alcunha do Maguary. Nos dois certames, o Maguary empatou um jogo e ganhou os restantes. Era o clube de maior torcida do Estado. A superioridade do rival fez o Ceará abandonar a competição de 1944 sem justificativas, sendo punido com a exclusão do certame de 45.

Em 45 ocorre um fato que vai mudar a história Tricolor. Com a ausência do Ceará, todos davam como certo o tri-campeonato do Maguary. Mas, após uma longa invencibilidade, que vinha de 1942, o Maguary perde para o Ferroviário um jogo e o título. A derrota trouxe grande comoção na cidade e nos torcedores cintanegrinos. No início de 1946, uma assembléia decide pelo fechamento do departamento de futebol do clube. Os atletas seguem em maioria para o Fortaleza, e devido à rivalidade com o Ceará, seus torcedores também.

Com um time forte, o Fortaleza é campeão invicto, com seis vitórias e 2 empates, 30 gols marcados, apenas oito sofridos, tem o artilheiro (França com 11 gols) e maior goleada (10x1 no Luso). Nem a volta do Ceará incomodou (duas vitórias tranqüilas de 2x0 e 1x0). Em 46 também acontece a 1ª edição do Norte-Nordeste. O vencedor foi o Fortaleza. Na estréia vencemos o América-PE por 5x4 (outras fontes creditam 5x3). Perdemos para o Treze-PB por 4x2 e vencemos o América-RN por 2x1. A final foi com o América-RN em duas partidas (2x2 e 3x1). Outras duas edições foram realizadas antes da Taça Brasil (Em 1948 deu Bahia contra o Santa Cruz, e em 1952, o Náutico vencendo a Tuna Luso). O time base daquele ano (apelidado de esquadrão atômico, referência à bomba americana) era: Juju, Zé Sérgio e Stênio; Arrupiado, Idalino e Jorge; Carinha, Adalberto, Jombrega, França e Piolho.

O campeonato de 1947 foi difícil. Terminaram empatados Fortaleza e Ferroviário. Uma melhor de três foi realizada com vitória do Fortaleza por 4x1 no 1º jogo. No 2º jogo o Ferroviário chegou a abrir 3x1, mas permitiu o empate aos 6min do 2º tempo, em lance de escanteio contestado pelos corais. O atleta Expedito foi expulso por reclamação (outras fontes afirmam ter sido o zagueiro Juarez), e o presidente disse que saíssem todos de campo. Foram todos (atletas, comissão técnica e dirigentes) escoltados a pé pela Rua Marechal Deodoro até a Chefatura de Polícia, onde ficaram detidos por quase 1 hora, em mais um lance folclórico de nosso futebol. A artilharia foi dividida neste ano entre França e Manoel de Ferro (Ferroviário) com 12 gols. O time de 1947 era: Juju, Zé Sérgio e Stênio; Natal, Torres e Arrupiado; Jombrega, Paulinho, Pipiu, França (Juju) e Piolho.

Em 1948 o Fortaleza perde uma invencibilidade de 30 partidas pelo estadual. Foi campeão invicto em 46 e, em 47, só perdeu no tapetão uma partida contra o Ceará (estava 1x1 quando o juiz expulsou vários atletas tricolores, impedindo a continuação da partida).

Em 1949, novamente uma melhor de três entre Fortaleza e Ferroviário, após o empate no final do campeonato. O Ferroviário venceu por 3x0 no 1º jogo. No 2º jogo empate de 1x1. No 3º jogo vitória do Fortaleza por 1x0. Foi disputada uma prorrogação que terminou 1x1. Um 4º jogo foi marcado pela FDC, mas o Ferroviário não quis jogar, pois reclamava da divisão de renda no 3º jogo, que aquinhoava o Fortaleza com a maior parte por ter vencido. O Ferroviário alegava que tinha sido empate. Como não houve acordo, a Federação proclamou o Fortaleza campeão, já no ano de 1950. O artilheiro foi Antonino com 10 gols e o time era Juju, Natal e Captura (Coimbra); Sapenha, França e Deím; Perácio, Carlinhos, Sofia, Piolho e Antonino.

Em 1950 o Fortaleza fez uma excursão à São Luis e Belém do Pará, deixando o time reserva para o estadual. Foi derrotado pelo Gentilândia e Penarol, perdendo o campeonato para o Ferroviário por três pontos. Com o time titular, seguramente mais um título seria conquistado.

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